Tuesday 1 May 2012

Touro, arado, espantalho e colheita


Se tu plantas amor, colherás amor.
Se plantares ódio, só espere que os corvos e as pragas corrompam tuas terras.
Se não plantas nada, não esperes que algo germine, somente que nada floresça.
De resto esqueça.

Thursday 27 October 2011

Bendigeidfran


Lá onde se ergue o cumo da mais alta montanha
Onde se confundem e misturam as nuvens e o céu
Lá é o meu reino, Eu que governo o limbo, a chuva e a escuridão

Com um grito fantástico, romperei o silêncio que prenuncia a aurora
E seguirei para a terra dos homens com pés silenciosos feito a morte
Eu, que sei dos segredos que sussurram as sombras,
Virei revestido pela noite, acompanhado do meu séquito:
Meus irmãos negros alados, meus irmãos corvos

Quem não me conhece estremecerá e o pavor tomará suas entranhas
Pois Eu a tudo enxergo, até o fel, até a desesperança
E a amargura que correm pelo sangue dos descrentes

Quando eu fizer soar estrondoso meu cajado sobre a terra árida
Sobre os homens cairão mil anos de oblívio
E meu sangue escorrerá pela terra a tudo enegrescendo
A tudo repovoando com palavras mágicas e com a antiga ciência
Que os homens enterraram sob deuses e templos estéreis

Então, sob outro estalar do meu cajado, derramar-se-á sobre eles
O conhecimento de mundos esquecidos
A magia dos deuses inomináveis, cantada em línguas obscuras 

E quando eu esticar minha mão esquerda as nuvens se dissiparão
Soprará furioso e gélido o vento que anuncia o retorno do oculto
Surgindo nos sonhos dos herdeiros das sombras
E a meus filhos será revelado o verdadeiro conhecimento
Que minha voz cravará nas pedras:  as letras da minha profecia 

Quando o vento soprar os compassos do meu chamado
Se erguerão enfeitiçadas a terra, as folhas e a bruma
E aqueles esmaecidos caminhos que levam ao tempo mágico
Se farão nítidos aos que atenderam à minha voz
Porque minhas palavras falam de dentro do peito de cada homem
Densas e escuras como o sangue que corre em suas veias
Elas sopram em sua alma como sopra a brisa
Em que navego com meus irmãos corvos 

Enquanto as horas escoam intermináveis pela madrugada fria
Sobrevoarei a terra descoberta com meu bando errante
Quando em trovão se ouvir pela última vez meu cajado
A romper o espesso véu do tempo, anuncia-se minha partida
Mas aqui deixarei minhas pedras e meus corvos encantados
Para que minhas palavras se mantenham vivas entre os homens

Permanecerei escondido entre as dobras do tempo
Até que Eu seja esquecido, até que reste nada senão meu legado:
Meu canto dissolvido no vento, as pedras e os corvos
Até que meu reino se misture, novamente, às trevas
Até que Eu seja nada senão uma réplica da noite,
Sombra grave que paira sobre os sonhos, etérea, escura,
Tecida em magia ancestral  – e  sempre presente.


Da Ruiva para mim, meus sinceros e eternos agradecimentos.

Thursday 29 September 2011

Monday 26 September 2011

No fim, enfim...

No fim as coisas são sempre a mesma história,
sempre a mesma dor, sempre a mesma escória.
A vida, uma roda girando e o mesmo retrocesso,
a mesma falta de amor, de sono e de acesso.

O novo fica velho, se estraga, esvai ou acaba.
o ódio repentino, a negação de quem ama.
Sobra o cinismo, o mesquinho, as malícias,
a parede vazia e O Jardim das Delícias. 

No fim sobra o medo do amor surgir,
o arrependimento de nascer, de deixar crescer,
da possibilidade de tentar amar e então fugir,
ao se ver novamente a sofrer. De morrer.

No fim você morre e o seu tempo correu,
o arrependimento te bate, você olha pra trás,
imaginando como seriam as coisas entre você e eu,
se teus medos não te tomassem de forma tão voraz.

Admiro a coragem dos que amam!

Sunday 18 September 2011

Olhos, sorrisos e olhares

Seu mundo tem o brilho orbital de uma menina
e a convicção estridente de uma mulher.
No seu fundo vejo teus medos e segredos,
como em um filme acromático e mudo.
Eu mudo o meu olhar para o teu sorriso
delirante, devagar vai se abrindo preciso.
Reluzente, tímido como o sol que nasce
nas primeiras manhãs da primavera,
mostra tal ambiguidade, como é bela.
Me faz inseguro, tremer e corar a face
por não saber como encará-la:
Se mulher-menina ou divina?

Friday 9 September 2011

Ode às Sagitarianas

Que me desculpem as virginianas, taurinas, capricornianas, aquarianas e demais signos, mas as sagitarianas são e sabem ser as melhores mulheres que um homem pode ter.

Elas sabem ser mulher, sabem ser amantes. Sabem desfilar sobre saltos, como sabem pisar descalças o chão, com um vestido de baile ou um qualquer feito a mão.

A hora de voar com você e a hora de te trazer ao chão. Possuem olhar e sorriso hipnotizantes e cabelos irradiantes como o fogo que há dentro delas.

Fogo esse diferente do explosivo como uma bomba das arianas ou danoso como um incêndio das leoninas. Mas, belo como fogos de artifício colorindo o céu com seus estrondos e assustando aqueles fracos de espírito.

O homem que quer uma mulher de verdade deverá procurar alguma de sagitário, pois esta não se colocará acima ou abaixo dele, mas sim ao seu lado. Então ele terá o mundo.

Brindemos às sagitarianas!